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Telecomunicações

CPI dos Cibercrimes não pode retroceder direitos garantidos no Marco Civil

11 abr 2016
PROTESTE é contra censura na internet e ataque à privacidade.
Preocupada com as propostas de alteração e flexibilização do Marco Civil da Internet previstas nas propostas em debate na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos crimes cibernéticos, a PROTESTE Associação de Consumidores assinou documento com outras entidades.


Ele foi entregue aos deputados, no último dia 7, para oferecer subsídios ao desafio de viabilizar o combate aos cibercrimes de maneira equilibrada, com a proteção de direitos fundamentais.

A CPI deve votar o relatório final nesta terça-feira (11), sob críticas de promover a censura na internet e criar estado de vigilância na rede. Um dos avanços foi a retirada do polêmico artigo que propunha remover, em até 48 horas, publicações que afetassem a imagem e honra de alguém de forma acintosa e até a prisão de usuários que desrespeitem os termos de uso do serviço.

No texto as entidades destacam a importância de evitar que "sob a égide da segurança, o próprio Estado incorra em violações sistemáticas de direitos fundamentais de milhões de indivíduos que usam tecnologias da informação e comunicação (TICs) para práticas cotidianas e essenciais ao exercício da democracia". 

As entidades defendem que o combate ao cibercrime, cometido via ou com a ajuda de TICs, deve acatar aos limites legais estabelecidos na Constituição Federal, bem como em outras normas específicas, especialmente o Marco Civil da Internet, aprovada no Congresso em 2014.

Entre outros direitos, já são previstas garantias como a liberdade de expressão, o sigilo de comunicações, presunção de inocência, privacidade e proteção de dados pessoais no âmbito da internet. Ressalta-se que o Marco Civil da Internet é produto de um longo processo de consultas públicas e diálogo entre os diversos setores interessados; portanto, produto de um consenso sedimentado depois de longo diálogo.

As entidades avaliam como precipitadas sugestões de alterações deste texto de lei, ainda mais quando se altera todo o balanço que se obteve após anos de negociação, principalmente no que diz respeito à responsabilidade de intermediários por conteúdo de terceiros, neutralidade de rede e proteção da privacidade, com todas as salvaguardas estabelecidas por termos estabelecidos em regime de guarda obrigatória de registros.

Assinaram a nota técnica: 

  • PROTESTE Associação de Consumidores 
  • Arpub – Associação Brasileira de Rádios Públicas
  • Associação Nacional de Pós Graduação e Pesquisa em Educação – ANPEd 
  • Associação Software Livre.Org 
  • Casa da Cultura Digital Porto Alegre
  • Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé
  • Centro de Produção, Promoção e Formação em Arte e Cultura
  • ArtEstação 
  • Centro de Tecnologia e Sociedade da Fundação Getúlio Vargas (FGV) – Rio de Janeiro 
  • Ciranda Internacional da Comunicação Compartilhada 
  • Coding Rights 
  • Coletivo Digital 
  • FNDC – Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação
  • Geledes – Instituto da Mulher Negra
  • Idec – Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor
  • Instituto Bem Estar Brasil
  • Instituto Brasileiro de Políticas Digitais – Mutirão 
  • Internet Sem Fronteiras – Brasil
  • Intervozes – Coletivo Brasil de Comunicação Social
  • Movimento Mega
  • Projeto Saúde & Alegria – Santarém, Pará 
  • #RedeLivre 
  • SBPC – Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência 
  • ULEPICC-Br – União Latina de Economia Política da Informação, da Comunicação e da Cultura – Capítulo Brasil