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Alimentos

Cuidado: dietas prescritas por nutricionistas podem não ser confiáveis

01 nov 2016
Em estudo da PROTESTE, 45% dos profissionais consultados no Rio e SP prescreveram dietas desequilibradas.

Quem procura um nutricionista interessado numa dieta para perda ou ganho de peso precisa ter cautela na escolha do profissional. Estudo de cenário realizado pela PROTESTE Associação de Consumidores para ver na prática que propostas eram feitas, constatou que 45% dos nutricionistas consultados prescreveram dietas desequilibradas, algumas de baixo valor calórico mesmo para quem não precisava emagrecer, e com restrição de grupos alimentares importantes, como carboidratos.

A qualidade da informação deixou a desejar em muitos casos, sem a prescrição de dieta adequada. Para uma pessoa de baixo peso chegou a ser indicada por três nutricionistas, dieta semelhante a prescrita para uma obesa. Cerca de 30% dos nutricionistas procurados por pessoas magras prescreveram dietas hipocalóricas – uma especialista recomendou apenas quatro refeições por dia. Para os obesos, foram constatados erros comuns, como a indicação de perda de peso imediata.

Para o estudo, dois perfis extremos, um de pessoas obesas (IMC acima de 25), e outro de pouco peso (IMC 17) foram a 40 consultas, sendo metade em São Paulo, e metade no Rio de Janeiro. As mesmas nutricionistas foram procuradas pelo grupo que queria perder até 10 quilos e também pelo que estava abaixo do peso. Considera-se, em geral, um índice de massa corporal (IMC) satisfatório entre 18,5 e 24,9.

Entre os pontos negativos verificados destacam-se:
 

  • Histórico insuficiente: Questões sobre histórico familiar e hábitos alimentares foram insuficientes para traçar o perfil. Em sete visitas, as perguntas sobre a saúde foram insuficientes para se ter uma história clínica, e foram avaliadas negativamente.

  • Prazo expirado: Dieta encaminhada por e-mail fora do prazo fornecido na consulta e somente após solicitação por telefone.

  • Exame sem base científica: Após análise clínica, houve proposta de restrição de grupos alimentares importantes.

  • Suplemento: Prescrição e solicitação de suplemento a uma farmácia de manipulação sem consentimento da paciente.

  • Sem aferição: Peso e altura não foram conferidos por três nutricionistas, que consideraram apenas os valores informados pela paciente.

  • Jejum extenso: Proposta de jejum de seis horas entre café da manhã e almoço.

  • Consultas curtas: Duração entre 10 e 20 minutos, com pouca coleta de dados e entrega de dieta pronta.

  • Análise paga: Exame para avaliação da massa magra (bioimpedância) deveria ser pago à parte, mas isso só foi informado à paciente na hora da consulta.

  • Atividade física não foi estimulada: Não houve recomendação de exercício físico em nove visitas.


A orientação da PROTESTE após as conclusões é que não há uma fórmula milagrosa para a perda de peso, isso deve ser feito de forma progressiva, combinando um plano alimentar de reeducação e hábitos mais saudáveis como a prática de atividade física.

As dietas devem considerar a realidade de cada paciente (hábitos, histórico, preferências, etc) de forma a atender suas necessidades e prolongar sua adesão ao plano alimentar proposto. Pois ao se eliminar a dieta sugerida, mantendo os antigos hábitos alimentares (e físicos), tudo volta como antes.