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Alimentos

Na assembleia da ONU países se comprometem a combater a resistência a antibióticos

22 set 2016

Campanha da qual a PROTESTE participa apela para redes de fast food não comprarem carnes de animais criados com esses medicamentos

Os países membros das Nações Unidas, entre os quais o Brasil se comprometeram pela primeira vez no último dia 21, a tomar medidas globais para enfrentar a ameaça de organismos resistentes a medicamentos. A proposta para combater a proliferação de bactérias, vírus e parasitas desse tipo abrange uma regulamentação mais rígida para o uso de drogas contra patógenos e estudos na área de medicina antimicrobiana.


O compromisso foi firmado durante a Assembleia Geral da ONU depois de anos de alertas de autoridades de saúde global sobre o aumento de infecções resistentes a medicamentos, que ameaçam acabar com todos os antibióticos e antifúgicos, deixando o mundo mais vulnerável a esses organismos.

Na declaração adotada, governos se comprometem a desenvolver planos nacionais de ação para o combate a esse problema, tendo com base o plano global OMS desenvolvido em 2015. Os países irão melhorar o monitoramento e regulamentação do uso medicamentos antimicróbicos nos setores de saúde e agricultura.

A PROTESTE Associação de Consumidores é uma das participantes da campanha mundial da Consumers International (C I) - federação global com mais de 240 organizações de consumidores -, que apela para as redes de fast food não comprarem carnes cujos animais sejam tratados com o uso rotineiro de antibióticos importantes para a medicina humana dentro de suas cadeias de suprimentos.

A resistência aos antibióticos é uma das maiores ameaças globais à saúde. Os antibióticos devem ser usados apenas para tratar animais doentes, mas são usados regularmente no setor agrícola para estimular o crescimento, aumentar a taxa de conversão alimentar e prevenir a doença. Se a geração da resistência aos antibióticos é ignorada , eles deixarão de ser eficazes contra infecções bacterianas comuns, tais como intoxicação alimentar, pneumonia e tuberculose.

A resistência aos antibióticos constitui uma crise de saúde pública mundial a qual contribui de maneira importante o uso de antibióticos no gado. Apesar disso, prevê-se que o uso de antibióticos no gado tenha um crescimento de dois terços, passando de 63 mil toneladas, em 2010, a 105.600 toneladas, em 2030. Se não forem tomadas medidas urgentes para fazer frente à resistência aos antibióticos poderíamos ter que enfrentar, no futuro, um mundo no qual as infecções comuns e pequenas lesões voltem a matar.

A Consumers International e seus membros desejam que as redes de fast food KFC, McDonald’s e Subway deixem de servir carnes de animais tratados com antibióticos classificados como importante para a medicina humana pela Organização Mundial de Saúde. O McDonald’s fez tal compromisso em relação aos frangos nos Estados Unidos e Canadá. O Subway, por sua vez, se comprometeu a deixar de servir carne de qualquer animal aos quais tenham sido administrados antibióticos nos Estados Unidos. A rede KFC, no entanto, não chegou a fechar compromissos significativos em nenhum lugar.

Estima-se que 700 mil pessoas morram anualmente devido ao fenômeno conhecido como resistência antimicrobiana. Bactérias, vírus, parasitas e fungos podem se tornar resistentes a medicamentos e defensivos agrícolas, devido ao uso excessivo e incorreto das drogas que deveriam combatê-los.

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon afirmou que “se falharmos na resposta rápida e abrangente a esse problema, a resistência antimicrobiana tornará o fornecimento de uma cobertura de saúde universal de alta qualidade mais difícil e minará a produção sustentável de alimentos".