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Pesquisa da PROTESTE mostra crédito pré-aprovado de até 8 vezes além da renda
20 set 2016As instituições financeiras continuam a ofertar de forma desenfreada as linhas de crédito emergenciais e mais caras do mercado, como cheque especial e cartão de crédito. Foi o que constatou levantamento da PROTESTE Associação de Consumidores ao contabilizar todo o dinheiro liberado pelos bancos em três perfis reais de três consumidores, com rendimentos entre R$ 3 mil e R$ 10 mil.
Num dos casos avaliados, o consumidor tem renda de cerca de R$ 10 mil e conta em sete bancos. Isso lhe garante um crédito total aprovado de mais de R$ 213 mil. Desse valor, R$ 76 mil podem ser usados em um único mês. Basta gastar o limite de todos os cartões de crédito e usar o cheque especial de todos os bancos.
Isso significa que esse valor precisa ser pago integralmente no mês seguinte para não incorrer juros de atraso e rotativo, por exemplo. Sendo a dívida quase oito vezes maior do que seu salário, é praticamente impossível pagá-la. É aí que a dívida vai se tornar impagável, principalmente diante do aumento do desemprego, queda da renda e persistência da inflação.
Em outro caso, o consumidor possui uma renda entre R$ 3 mil e R$ 5 mil, levamos em consideração que a renda é desse consumidor é de R$ 4 mil e só o banco Itaú disponibiliza para ele R$ 32 mil, entre cartão de crédito, cheque especial e crédito pré-aprovado. O crédito é oito vezes superior à renda.
"O crédito pré-aprovado já está na conta, não precisa de autorização, e o consumidor acaba sendo fisgado pela facilidade e se enrola facilmente", afirma Renata Pedro, técnica da PROTESTE .
Mas não é só dos bancos a responsabilidade de se evitar os altos níveis de endividamento. "Os bancos precisam oferecer crédito consciente, mas também é dever do consumidor ter um orçamento equilibrado e não gastar mais do que deve", destaca Renata.
Para evitar dívidas, a PROTESTE orienta a nunca ultrapassar 30% da renda mensal com parcelas a pagar e quitar o total da fatura do cartão de crédito até a data do vencimento; rever os gastos e fazer cortes quando necessário; evitar fazer compras que não são urgentes; e nunca gastar mais do que se tem. Para isto é importante fazer planejamento mensal, se possível com auxílio de uma planilha.