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Proibição de andadores infantis emperra no Senado
26 fev 2016A importância de proibir os andadores infantis foi reforçada ao Senado, onde tramita um projeto de lei, por meio de nota pública da PROTESTE Associação de Consumidores, da ONG Criança Segura e de diversas organizações da sociedade civil, como a Associação de Assistência à Criança Deficiente (AACD) e o Instituto da Infância (Ifan).
No dia 17 de fevereiro, a senadora Angela Portela, relatora do PLS 50/2013 na Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa do Senado Federal, apresentou parecer contrário ao projeto. Ele propõe medidas para aumentar a segurança de produtos destinados às crianças pequenas e deseja proibir a produção, importação, distribuição e doação de andadores infantis.
Em seu parecer, a relatora considerou o banimento dos andadores infantis do país uma medida drástica. Para ela, uma ação mais proporcional seria a exigência da adoção de medidas de segurança adicionais pelos fabricantes desses produtos, por órgãos técnicos oficiais, como o Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro).
Para as entidades, no entanto, apenas a certificação de segurança obrigatória dos andadores não garante a segurança das crianças. Além de prejudicar o desenvolvimento motor e cognitivo de bebês, esses aparelhos oferecem um grande risco de quedas, que representam 50% das internações por motivos acidentais entre crianças e adolescentes com idade até 14 anos no Brasil.
"Ao usar um andador, os bebês chegam mais rápido aos itens de risco como escadas, fogões, tomadas, produtos químicos, entre outros; e ficam mais propensos a eventos traumáticos, pois, muitas vezes, os pais e cuidadores não conseguem impedir a tempo que a criança se acidente", explica Gabriela Guida de Freitas, coordenadora nacional da Criança Segura.
De acordo com a justificativa do autor do PLS 50/2013, senador Paulo Davim, um estudo publicado em 2006 pela revista Pediatrics, da Academia Americana de Pediatria, estimou que, entre 1990 e 2001, ocorreram 197.200 casos de lesões relacionadas ao uso de andador infantil em crianças menores de 15 meses de idade atendidas nos serviços de emergência dos EUA. Desse total, 5% necessitaram de internação hospitalar.
Em 2013, a PROTESTE, Criança Segura, Associação de Assistência à Criança Deficiente (AACD), Aliança Pela Infância, Avante – Educação e Mobilização Social, Instituto da Infância (Ifan), Sociedade Brasileira de Ortopedia Pediátrica, Sociedade Brasileira de Pediatria e Sociedade Brasileira de Queimaduras divulgaram uma nota pública pedindo a proibição da comercialização de andadores no país.
O Canadá proíbe a comercialização desse produto desde 2007 e diversos órgãos de proteção ao consumidor dos Estados Unidos e de países da Europa continuam fazendo campanhas alertando sobre os perigos do uso e pedindo o banimento dos andadores infantis.