A partir de Proteste Gostaríamos de informar que o nosso website utiliza os seus próprios e Cookies de Terceiros para medir e analisar a navegação dos nossos usuários, a fim de fornecer produtos e serviços de seu interesse. Ao utilizar o nosso website você aceita desta Política e consentimento para o uso de cookies. Você pode alterar as configurações ou obter mais informações em aqui.

Alimentos

PROTESTE detecta gelo e sódio demais em filé congelado de polaca do Alasca

29 fev 2016
Foram pedidas providências contra a fraude econômica, pois o consumidor paga por peixe e leva água para casa.
A PROTESTE Associação de Consumidores avaliou nove marcas de filé congelado de polaca do Alasca, que pode ser um substituto do bacalhau em período de crise como agora, e não recomenda a compra de cinco deles (Bacalanor, Megg's, Leardini, Qualitá e News Fish). A quantidade de água adicionada pode afetar o bolso do consumidor. E se constatou excesso de sódio em sete marcas.


Na marca New Fish, foram encontrados cerca de 30% de água adicionada, sendo que o tolerado é até 20%. Já Buona Pesca, Bacalanor e Leardini chegaram perto desse limite (entre 16% e 17%).

O problema é o glaciamento, processo utilizado pelas empresas no qual se adiciona uma camada de gelo ao pescado congelado, para protegê-lo contra a desidratação e a oxidação. O peso desse gelo deve ser descontado do peso do produto, de forma que o valor líquido declarado ao consumidor seja o real do pescado. Mas não foi isso o que se constatou nessas marcas. 

Para garantir a melhor qualidade do peixe congelado vendido ao consumidor, a PROTESTE entregou os resultados da avaliação ao Ministério da Agricultura, cobrando mais fiscalização do setor para evitar a fraude econômica constatada com o excesso de água nos produtos.

"Estamos lutando por mudanças na legislação para que o teor de água permitido para o produto congelado seja de 10%, já que não faz sentido o consumidor comprar peixe e levar água", destaca Maria Inês Dolci, coordenadora institucional da PROTESTE. São mudanças indispensáveis para que o consumidor tenha, à mesa, alimento mais saudável e receba exatamente o produto adquirido, sem maquiagens no peso e prejuízo no bolso.

Os resultados também foram enviados para a associação do setor, Abipesca, sugerindo ações de melhoria para garantir ao consumidor produtos adequados e que cumpram as normas expedidas pelos órgãos oficiais, de acordo com o Código de Defesa do Consumidor.

Outro problema que pode prejudicar o bolso do consumidor foi descoberto na avaliação do tripolifosfato de sódio, substância usada por alguns fabricantes para manter a umidade do pescado congelado, por meio da lavagem ou imersão do alimento. Quando essa imersão é demorada demais, o produto fica com excesso de absorção de água, trazendo dois resultados negativos: a qualidade da carne, que fica comprometida, e o produto se torna mais pesado.

No Brasil, só é permitido que o tripolifosfato seja acrescido à água do glaciamento. Qualquer traço dele no pescado congelado vendido em nosso país é ilegal. A substância, contudo, foi encontrada nas marcas Qualitá, Megg's, Bacalanor e Leardini – esta última, com a maior concentração. Na hora da compra, portanto, não as coloque no carrinho.

Também foram detectadas divergências na rotulagem: o valor de sódio declarado na embalagem não conferiu com o encontrado em análises no laboratório – a diferença entre eles não poderia ultrapassar 20%. Apenas Buona Pesca e Frescatto se mantiveram dentro dessa tolerância.
As diferenças entre o declarado na embalagem e o que realmente havia no pescado variaram entre 180% e 728%.

O excesso de sódio constatado em sete marcas é inadmissível, uma vez que a polaca do Alasca apresenta, naturalmente, teores muito baixos desse mineral. A marca Leardini, por exemplo, chega a conter pouco mais de 1g de sódio por 100g de peixe. Isso equivale à metade da quantidade de sódio recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que é de 2g por dia.

Em todas as marcas, os teores de gorduras totais estampados pelos fabricantes são maiores do que os peixes realmente contêm. O mesmo ocorre com Buona Pesca, Megg's e Frescatto, em relação aos ácidos graxos saturados. E quanto à proteína, somente Frescatto se saiu bem. Todas as outras marcas apresentam um teor inferior ao que informam.

Mas foram encontrados três bons produtos (Frescatto, Swift e Buona Pesca), e o Costa Sul foi considerado de qualidade média. Todos se saíram muito bem quanto à higiene e não contêm metais pesados.