PROTESTE pede apoio do governo à campanha contra antibiótico na carne

A PROTESTE Associação de Consumidores enviou ofício para os ministérios da Saúde e Agricultura pedindo apoio à campanha mundial das entidades de defesa do consumidor para redução do uso de antibióticos em animais. Líderes mundiais participarão em Nova Iorque, no dia 21 de setembro, de reunião de alto nível da Organização das Nações Unidas (ONU) para debater a resistência antimicrobiana. Esta é uma oportunidade para assegurar compromissos para evitar uma crise global de saúde pública.

A PROTESTE apoia a campanha global contra o uso de antibióticos na carne. Esse movimento pede que as principais redes internacionais de fast food assumam compromisso de parar de servir carne de animais tratados rotineiramente com antibióticos usados em medicina humana. A campanha é coordenada pela Consumers International (CI), que reúne 240 entidades de defesa do consumidor.

O uso diário de antibióticos na medicina humana na criação de animais de alimentos possibilita o desenvolvimento de bactérias cada vez mais resistentes, pondo em perigo a saúde pública. As bactérias resistentes podem se espalhar através da cadeia alimentar e chegar ao consumidor, levando a infecções que são potencialmente incuráveis porque os antibióticos atuais não têm nenhum efeito sobre elas.

Foi solicitado às principais redes internacionais de fast food que atuam no Brasil para que assumam compromisso de parar de servir carne de animais tratados rotineiramente com antibióticos usados em medicina humana.

A CI pediu informações às redes McDonald's, Subway e KFC sobre suas políticas internacionais relacionadas ao uso de antibióticos. Nas cartas enviadas, a CI pede às empresas que definam um plano de ação com prazos para eliminar gradualmente o uso rotineiro de antibióticos utilizados em medicina humana em todas as cadeias de fornecimento de carne e aves.

Metade dos antibióticos produzidos no mundo vão para agricultura

A OMS alerta que a resistência aos antibióticos está aumentando a níveis perigosamente altos em todas as partes do mundo e, sem uma ação urgente, caminhamos em direção a uma era pós-antibióticos, na qual as infecções comuns e lesões menores podem voltar a matar.

Cerca da metade dos antibióticos produzidos em todo o mundo é utilizada na agricultura, sendo que uma grande quantidade é usada para promover o crescimento mais rápido e prevenir em vez de tratar da doença.

Apesar da preocupação mundial pelo uso excessivo desses medicamentos, seu uso na agricultura deve aumentar dois terços em 2030: de 63.200 toneladas em 2010 para 105.600 toneladas em 2030.

Cerca de metade dos antibióticos fabricados em todo o mundo é utilizado na indústria agrícola e sistematicamente para promover o crescimento e prevenir as doenças de animais domésticos, produzidos para consumo humano.