A partir de Proteste Gostaríamos de informar que o nosso website utiliza os seus próprios e Cookies de Terceiros para medir e analisar a navegação dos nossos usuários, a fim de fornecer produtos e serviços de seu interesse. Ao utilizar o nosso website você aceita desta Política e consentimento para o uso de cookies. Você pode alterar as configurações ou obter mais informações em aqui.

Produtos

PROTESTE pede providências ao Conar sobre produtos que fazem maquiagem ambiental

08 mar 2016

Falsos apelos ecológicos aparecem nas embalagens de 12 produtos avaliados.

Nova avaliação feita pela PROTESTE Associação de Consumidores constatou que algumas empresas ainda tentam seduzir seus clientes com falsos apelos ecológicos. Foram detectados 12 produtos suspeitos de utilizar ações de marketing que enganam consumidores quanto às práticas ambientais da empresa ou quanto aos seus benefícios ambientais.


Foram pedidas providências ao Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária (Conar) por propaganda enganosa, para que obrigue as empresas a alterarem as informações das embalagens dos produtos.

O Conar instaurou processo ético em seis dos casos envolvendo a Fiat Lux, que informa usar madeira 100% reflorestada; o lava-louças Ypê, cuja rotulagem diz conter tensoativo biodegradável; o Bombril Eco, que se diz produto 100% ecológico; o saco de lixo Embalixo, que alega ser de material reciclado; guardanapos de papel Carrefour, que informa ser 100% de fibras naturais; além do fósforo Paraná, que se diz ecológico. Ainda não foi marcada a data de julgamento dos casos.

No Greenwashing, a principal forma de convencer o consumidor é chamando a atenção para informações irrelevantes. São artifícios que se aproveitam do aumento da demanda por produtos ligados à sustentabilidade do planeta, em decorrência do agravamento dos problemas ambientais.

No caso do fósforo Paraná, é declarado como diferencial não ter enxofre em sua composição, quando outros fósforos no mercado também não têm (ex: Fósforos Fiat Lux). Alega utilizar madeira reflorestada sem apresentar selo de certificadora ambiental, como o FSC ou Cerflor. Utiliza o termo "Ecológico" em destaque.

A esponja de aço Bombril deveria ter removido o termo "100% ecológico" de sua embalagem, segundo decisão do Conar ainda em 2013, após denúncia da PROTESTE, pois o produto é degradável, mas há outros impactos ambientais gerados durante a produção. Também há outras esponjas com a mesma composição sem que se anunciem como "ecológicas".

A embalagem do fósforo Fiat Lux informa ser "madeira 100% reflorestada", mas não tem o selo de certificadora ambiental como o FSC ou Cerflor.

Na rotulagem dos guardanapos de papel Carrefour, há um símbolo verde com uma folha informando: "100% fibras naturais". Isso é comum a este tipo de produto e não cabe ser usado como diferencial para a escolha do consumidor. E as "fibras naturais" se referem às fibras celulósicas, que apesar de naturais, não representam nenhum tipo de benefício ao meio ambiente. Afinal, a produção de papel pode causar desmatamento, gasto de água e energia, além de poder emitir gases poluentes.

Os sacos de lixo Embalixo para pia e banheiro e o de 10 quilos declaram ser feitos de material reciclado, mas não informam a porcentagem relativa à quantidade de material reciclado na composição, conforme exige a norma ISO 14021:1999. No caso do Embalixo de 10 quilos, aparece o termo "Reciclado" junto a seu nome, além de ter um desenho de um grande Ciclo de Mobius (símbolo utilizado para indicar materiais recicláveis ou reciclados).

O lava-louças Ypê líquido da marca Ypê chama atenção para o fato de conter tensoativo biodegradável, como se fosse um diferencial do ponto de vista ambiental. Ao comparar o produto com equivalentes de outras marcas, como a Limpol e a BioBrilho, foi observado que ambas também têm tensoativo biodegradável em sua composição, mas declaram isso sem destaque, na frente do rótulo em letras pequenas e no verso junto à composição do produto, respectivamente.

O limpa carpetes e tapetes Bombril da linha Ecobril utiliza um símbolo referente a um sistema de gerenciamento ambiental em sua embalagem. Segundo a ISO 14021:1999, isto não deve ser feito, pois pode induzir o consumidor a erro. Ele pode pensar que se trata de um símbolo referente aos aspectos ambientais do produto em si, ou a um selo ambiental de um certificador.

O saco de lixo Carrefour de 10 quilos declara ser composto por material reciclado, mas não informa a porcentagem relativa à quantidade de material reciclado na composição, conforme exige a norma ISO 14021:1999. A borracha Maped informa ser livre de PVC com um símbolo de referência ambiental (folha), como se fosse um diferencial. Ao comparar com um produto equivalente de outra marca, no caso a Faber-Castell, foi verificado que o mesmo também é isento de PVC e diferente da Maped, não chama a atenção para este fato, estando apenas descrito em sua composição.

O papel Higiênico Cotton informa na embalagem utilizar celulose de reflorestamento sem apresentar nenhum selo de certificadora reconhecida. Diferente da marca Neve, que em sua embalagem de papel higiênico faz a mesma declaração, mas apresenta o selo e o número de seu correspondente certificado do FSC.

O papel higiênico Personal apresenta um símbolo com o termo "Ajuda a preservar o meio ambiente" sem fornecer nenhuma outra informação que justifique este fato. Ao compararmos este produto com o da marca Neve, vemos uma clara diferença, uma vez que o Neve ilustra em sua embalagem alguns dos processos que envolvem a produção de seu papel higiênico e como faz para de fato preservar a natureza.

O sabão glicerinado BioBrilho, fabricado pelo GR Grupo, tem na frente de sua embalagem um símbolo verde com os dizeres "A GR preserva o planeta", sem mais informações. Apesar de no verso da embalagem constar em letras pequenas "Conheça nosso projeto de responsabilidade ambiental acessando o site", segundo a ISO 14021:1999, as auto-declarações ambientais devem não somente ser acompanhadas de explicações, como devem estar razoavelmente próximas indicando que devem ser lidas juntas.