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Serviços Financeiros

Redução dos juros do rotativo é saída para armadilha, avalia PROTESTE

22 dez 2016
Medida vai ao encontro do que a PROTESTE tem defendido, de limitação dos juros cobrados.

Depois de anos de resistência a medida anunciada nesta quinta (22) pelo governo Temer para os juros do rotativo, aparentemente foi a partir do próprio setor de cartões de crédito. Uma vez que ambos reconhecem que os juros astronômicos cobrados se tornaram uma armadilha contra a própria economia. A medida vai ao encontro do que a PROTESTE Associação de Consumidores tem defendido, de limitação dos juros cobrados.

Ainda assim, a redução prevista está bem aquém da proposta de limitar a duas vezes a taxa do Certificado de Depósito Interbancário (CDI), defendida pela Associação. "Vamos continuar lutando por esta proposta que hoje limitaria a taxa anual dos cartões de crédito a 28%", afirma Henrique Lian, gerente de Políticas Públicas da PROTESTE.

Na realidade, o mercado vai ampliar o que algumas instituições financeiras já oferecem ao cliente que paga apenas uma parte do valor da fatura: a contratação de outra dívida com juros menos extorsivos.

Na avaliação da PROTESTE, o rotativo tornou-se desvantajoso para a imagem dos bancos e complica a situação das empresas que precisam lidar com a inadimplência dos consumidores. Para o consumidor, pode representar um rombo nas finanças. Manter o rotativo apenas como crédito emergencial e transferir a dívida para outras modalidades de crédito a partir de um determinado período, é melhor que o devedor ficar sem saída como ocorre hoje.

O rotativo é uma linha de crédito pré-aprovada contratada pelo cliente automaticamente quando ele paga um valor abaixo do total devido no cartão de crédito e pelo menos o pagamento mínimo (15%) da fatura. Pagar apenas o valor mínimo da fatura pode transformar a dívida numa verdadeira bola de neve.

O uso do cartão de crédito facilita a vida do consumidor, mas é também o maior vilão do endividamento do brasileiro. Quando mal utilizado, é um dos créditos que mais ameaçam o orçamento.

Há mais de um ano, a associação promoveu campanha para pedir ao Banco Central que interrompa esse cenário de juros abusivos para o consumidor brasileiro por meio do rotativo do cartão. O cartão de crédito é um dos principais tipos de dívida das famílias endividadas.

O brasileiro pagou em setembro 436% de rotativo na média anual, patamar que faz o país ocupar uma liderança lastimável. O Brasil é campeão na cobrança de juros de cartão de crédito na comparação entre cinco países da América Latina. E na última pesquisa a PROTESTE, encontrou rotativo de 1.158% ao ano nos cartões do Santander.

Estudo da PROTESTE detectou Custo Efetivo Total (CET) de até 1.158% ao ano para quem usa o rotativo, parcelando o pagamento da fatura no caso dos cartões Básico, Flex Internacional, Fit, Free, Reward e Platinum Style Van Gogh, do Santander.

A PROTESTE fez uma simulação para mostrar como a dívida se torna impagável no caso de uma pessoa que se endivida com o rotativo de um cartão com o Custo Efetivo Total de 1158% ao ano. Caso este consumidor utilize o crédito rotativo em sua fatura de R$ 1 mil, ou seja, pague somente o mínimo R$ 150 (15% da fatura) e deixe essa dívida rolar e não gaste mais nada, no final de 12 meses, a dívida acumulada chegará a quase R$ 11 mil. Isso só de financiamento e juros, sem contar com futuras compras.

Nos estudos que realizada anualmente sobre cartões, a PROTESTE detecta as dificuldades do consumidor com taxas elevadas de juros nos financiamentos, falta de informação sobre o cálculo dos valores em atraso; cobranças indevidas; falta de informação prévia à cobrança e falta de qualidade no atendimento ao consumidor.