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Alimentos

Teor de pesticidas em alimentos faz PROTESTE indicar orgânicos ou horta caseira

31 out 2016
Teste encontrou substâncias acima do limite permitido ou não permitidas para uso no Brasil.

Cultivar horta em casa e comprar produtos orgânicos certificados é a sugestão da PROTESTE Associação de Consumidores, após constatar a presença de pesticidas, inclusive em quantidade acima da permitida, em amostras de oito alimentos testados: alface crespa, maçã, milho, morango, pimentão verde, tomate, farinha de trigo e soja em grão.

Em laboratório, foi verificado se os alimentos continham resíduos de pesticidas e se as substâncias presentes estavam dentro do limite permitido. A PROTESTE analisou ainda se estão autorizadas para o uso no Brasil e para o cultivo daquele alimento.

Para o teste, foram compradas 30 amostras adquiridas em supermercados e feiras do Rio de Janeiro e de São Paulo. Em 14% das amostras, os níveis de pesticidas estavam acima dos recomendados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Já 37% continham substâncias não autorizadas para o plantio de determinado tipo de alimento ou proibidas no Brasil (porque não tiveram sua segurança para a saúde comprovada).

Líder de contaminação segundo o PARA (Programa Análise de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos), o produto que mais apresentou problemas no teste foi o pimentão verde. Entre as quatro amostras avaliadas (duas compradas em São Paulo e duas no Rio de Janeiro), foram encontrados 19 resíduos de pesticidas, sendo que nove deles não são permitidos pela Anvisa para o cultivo desse alimento.

As quatro amostras de morango testadas apresentaram resíduos de agrotóxicos. Em metade, as substâncias encontradas não são autorizadas no cultivo dessa fruta. Em uma dessas, foi verificado resíduos acima do limite máximo permitido. O teste reitera a classificação da Anvisa, após testes do PARA, de que o morango é o segundo produto com maior teor de agrotóxicos.

Assim como nas amostras de morango, 100% das amostras de soja continham resíduos de pesticidas. Foram encontrados resíduos de glifosato e AMPA em quantidade bem superiores ao limite máximo permitido e resíduos permitidos para essa cultura (Ditiocarbamatos).

Todas as amostras de tomate também apresentaram resíduos de pesticidas, sendo que em uma amostra estavam presentes resíduos de Oxamil (proibido para uso no Brasil pela Anvisa).

Já a alface foi o produto com menos resíduos, apesar de ter sido encontrado Ditiocarbamatos, um dos pesticidas mais utilizados no Brasil, acima do limite recomendável para o plantio dessa cultura.

Dentre as cinco amostras de maçã analisadas, quatro delas (80%) tinham resíduos de pesticidas. Foi encontrado em uma amostra, resíduos de Ditiocarbamatos acima do limite máximo permitido e duas amostras continham Tiacloprido, um resíduo de pesticida não permitido para a cultura de maçã.

Das três amostras de milho avaliadas, 67% apresentaram resíduos de Ácido Aminometilfosfônico, que indica o uso de dosagens excessivas do herbicida Glifosato no plantio.
O mesmo percentual de contaminação foi observado dentre as farinhas de trigo analisadas. Duas das três amostras continham resíduos de pesticidas, sendo um deles, o Glifosato, não permitido para essa cultura.

Nos dois testes anteriores feitos pela PROTESTE, também haviam sido detectados problemas. Em fevereiro de 2008 foi publicado o resultado do estudo de resíduos de pesticidas em frutas. Na época, foram encontrados pesticidas com uso não autorizado para cultura em morangos e tomates, além de resíduos de diferentes pesticidas nos mesmos alimentos.

Nos testes em hortaliças adquiridas na cidade de São Paulo e divulgados em setembro de 2011, 40% das amostras (uma das seis amostras orgânicas e 15 das 34 amostras não orgânicas), apresentaram resíduos de defensivos agrícolas. Não foram encontrados vestígios de DDT, BHC ou quaisquer outras substâncias com uso proibido no Brasil por sua ação cancerígena.