A partir de Proteste Gostaríamos de informar que o nosso website utiliza os seus próprios e Cookies de Terceiros para medir e analisar a navegação dos nossos usuários, a fim de fornecer produtos e serviços de seu interesse. Ao utilizar o nosso website você aceita desta Política e consentimento para o uso de cookies. Você pode alterar as configurações ou obter mais informações em aqui.

Transporte

Transporte aquaviário: PROTESTE constata riscos a bordo

26 out 2016
Foram verificadas as condições de embarcações que fazem a travessia em grandes cidades como Rio de Janeiro, Salvador e Porto Alegre.

Falhas de segurança que podem colocar em risco as vidas dos passageiros foram constatadas pela PROTESTE Associação de Consumidores ao testar barcas, lanchas e catamarãs que fazem a travessia entre grandes cidades como Rio de Janeiro e Niterói, Porto Alegre e Guaíba, Salvador e Ilha de Itaparica.

Entre as irregularidades constatadas estão: extintores de incêndio mal sinalizados ou em locais de difícil visualização; áreas entulhadas de malas, sem a devida proteção (em caso de desestabilização da barca, poderiam atingir os passageiros); dificuldade para saída do local em caso de emergência, por conta de assentos muito próximos uns dos outros, escadas estreitas e rotas de fuga bloqueadas por obstáculos; coletes salva-vidas em locais de difícil acesso, falta de botes e aparelhos flutuantes.

A má prestação do serviço também foi detectada pelo descumprimento de horário de saída das embarcações, assentos rasgados e com parafusos expostos, falta de higiene nos banheiros e inexistência de informações sobre os procedimentos de segurança.

Faltam orientações sobre segurança pelos tripulantes e a sinalização, tanto dos coletes salva-vidas quanto dos extintores de incêndio. Além disso, os próprios passageiros costumam infringir normas, permanecendo em pé e não sentados ao se aproximar do local de desembarque, o que representa risco.

Para a PROTESTE, não é admissível os usuários desse meio de transporte pagar e continuarem sujeitos a falhas na prestação do serviço. Por isto solicitou à superintendência da Agência Nacional de Transporte Aquaviários (Antaq), providências imediatas para que todas as irregularidades sejam sanadas. Segurança a bordo é o mínimo que as empresas responsáveis pelas embarcações devem oferecer aos passageiros.

Os extintores de incêndio não só estavam mal sinalizados, como se encontravam em locais de difícil acesso, o que dificulta uma possível ação no combate a incêndio em três embarcações – duas baianas e uma gaúcha.

Rio de Janeiro

No Rio de Janeiro, nos catamarãs que fazem o trecho Rio-Niterói havia sujeira no chão, assentos rasgados e com parafusos expostos. Na barca Urca III havia bicicletas alocadas em área de circulação, o que poderia dificultar e agravar uma situação de emergência.

No transporte pela CCR Barcas entre o Rio e a Ilha de Paquetá próximo ao terminal, constatou-se que as pessoas se levantam e aguardam em pé, próximas ao portão de saída, a liberação para o desembarque. Nesse momento, o procedimento de permanecer sentado é completamente ignorado, tanto por tripulantes quanto por passageiros. Esse comportamento expõe todos a riscos, caso aconteça alguma parada brusca e emergencial.

Havia diversos obstáculos ao longo da rota de fuga, como mochilas e carrinhos de bebê. O material de construção que estava sendo levado para Paquetá bloqueava o acesso aos coletes salva-vidas , assim como duas saídas de emergência.

Salvador

No ferryboat que faz o trajeto da Ilha de Itaparica até Salvador havia poltronas rasgadas. Nas embarcações: F/B Rio Paraguaçu (ida) e Dorival Caymmi (volta), havia passageiros em pé e não foram instruídos a permanecerem sentados. Na Dorival Caymmi, só havia coletes salva-vidas em um dos pavimentos, sendo que os usuários acessavam outros pavimentos.

Os tripulantes funcionários não instruíram os motoristas sobre as medidas de segurança para estacionar os veículos. O que expõe todos os pedestres a riscos. Na F/B Rio Paraguaçu, não foi fácil para os passageiros acessarem o portão de desembarque, uma vez que vários carros estavam estacionados bem próximo a ele. Em casos de emergência, a evacuação seria dificultada devido aos desníveis ao longo da rota de fuga, às escadas estreitas e ao fato de as cadeiras serem muito próximas umas das outras.

Nos catamarãs que fazem a rota entre Salvador e Morro de São Paulo , nas embarcações Morro de São Paulo (ida) e Biônica de Tinharé (volta), a localização dos extintores de incêndio deixou a desejar. No Morro de São Paulo, um deles estava escondido atrás das bagagens. Como não há bagageiro no Biônica de Tinharé, as malas foram entulhadas na parte frontal da embarcação, o que pode causar acidentes em caso de desestabilização do catamarã.

A embarcação Farol do Morro (ida) partiu com mais de 15 minutos de atraso e, antes do início da viagem, nenhuma instrução de segurança foi transmitida aos passageiros. A ausência de bagageiro fez com que as malas ficassem entulhadas sem cuidado algum.

Porto Alegre


Nos catamarãs da empresa Catsul, que fazem o percurso entre Porto Alegre e Guaíba, as cadeiras são muito próximas umas das outras. Além disso, como não há bagageiro, malas são deixadas em área próxima à saída de emergência. Embora estivessem em local de fácil visualização, os coletes salva-vidas não tinham sinalização distinguindo o seu tipo: adultos, crianças ou obesos.

Diferente do que aconteceu no CAT V, os passageiros do catamarã Catsul II não receberam instruções sobre segurança. Também no Catsul II foi impossível identificar a presença de embarcações de sobrevivência, como botes e aparelhos flutuantes. Os extintores de incêndio estavam em local de difícil visualização, tanto no CAT V quanto no Catsul II. E em nenhum dos catamarãs havia sanitários.