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Alimentos

PROTESTE compara 16 marcas de pães de forma integrais e tradicionais

28 nov 2018
Foram avaliadas quantidade de fibras, rótulos, presença de micro-organismos, sabor, aroma e textura
O brasileiro consome, em média, 22 kg de pão por ano. Os pães de forma são os mais consumidos e com tantas marcas no mercado, decidir qual levar para casa pode ser complicado.

A PROTESTE – Associação de Consumidores levou 16 produtos das principais marcas ao laboratório, nas versões tradicional e integral para avaliá-los. As análises levaram em conta os rótulos, observando se trazem todas as informações importantes e se estão legíveis, se os produtos contém micro-organismos patogênicos (Salmonela) ou indicadores de conservação inadequada (bolores e leveduras), comparação do teor de fibras dos pães com os prometidos nas embalagens e, por fim, o sabor, o aroma e a textura dos pães, com participação de um painel de consumidores.

De um modo geral, os rótulos foram bem avaliados, pois traziam as informações obrigatórias por lei, incluindo as alegações sobre a ausência de glúten e de alergênicos. Apesar de bem avaliados, não há a data de fabricação em nenhuma das marcas, que, mesmo não sendo obrigatória por lei é muito importante para o consumidor. Além disso, somente quatro marcas mencionavam a validade do produto após aberto.

Em relação à Informação Nutricional Complementar (INC) ou declaração de propriedade nutricional, a maioria dos produtos atendeu aos critérios para sua utilização, exceto o pão de forma integral Grãolev, que indica que o produto é “sem adição de açúcar”, mas não traz a frase “Este não é um alimento baixo ou reduzido em valor energético”, obrigatória junto à INC no rótulo.

Além disso, todos os rótulos traziam as informações corretas sobre o valor calórico, carboidratos, proteínas e no sódio contidos nos produtos. A legislação permite uma variação de até 20% entre o produto e o rótulo. Já em relação ao teor de gorduras totais, cinco marcas apresentaram variação superior à recomendada pela legislação: os tradicionais Wickbold (41,7%), Plus Vita (25,7%), Vai tradicional (111,50%) e o integral Panco (50%). O pão integral Grãolev declara não conter quantidades significativas de gorduras totais (ou seja, até 0,5g/porção), porém a porção analisada possuía 1,37g.

Sobre a quantidade de fibras, apenas o pão integral Grãolev apresentou diferença superior a 20% entre rótulo e produto: 52,96%.

Na análise da qualidade microbiológica dos alimentos, fundamental para saber se um alimento é adequado ao consumo e se apresenta algum risco à saúde dos consumidores, nenhum dos produtos estava contaminado por Salmonela nem apresentaram crescimento de bolores e leveduras.

Os produtos integrais, comumente recomendados por médicos para uma alimentação equilibrada, são os produtos que são menos processados e, por isso, possui mais vitaminas, minerais e fibras, provenientes dos seus ingredientes e que não são perdidos no refinamento, por exemplo. No entanto, muitos produtos têm essa classificação no nome, porém contam com ingredientes industrializados. No Brasil ainda não há uma legislação que defina parâmetros e metodologias para classificar um pão ou qualquer produto como integral ou que obrigue a descrição do percentual de cereais integrais utilizados na sua fabricação.

Dessa forma, a análise da quantidade de fibras das 16 marcas de pães foram feitas também baseadas nas informações dos rótulos.
Só o pão integral Grãolev apresentou em laboratório uma quantidade de fibras inferior à do rótulo: a embalagem diz 2,7g, mas a análise mostrou que há 1,27g de fibras na porção, ou seja, 53% a menos das fibras que promete.

Por conta da ausência de uma norma que estabeleça padrões para a classificação de pães integrais, o que faz com que as composições sejam muito diferentes de marca para marca e também faz com que o consumidor não tenha parâmetros de qualidade, a PROTESTE pediu à Anvisa a criação dessa norma e apresentou denúncia das marcas que apresentaram informações inverídicas nos rótulos.