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PROTESTE explica como evitar consequências da obsolescência programada
16 out 2018Com tantas inovações tecnológicas, não é difícil encontrar pessoas que troquem de smartphone, tablet ou computador uma vez por ano ou até menos. A sensação é de que, cada vez mais, esses produtos são feitos para durar menos tempo.
Algumas vezes, os artigos eletrônicos tornam-se obsoletos em razão do avanço tecnológico, substituição do sistema operacional, mudanças na rede de operação do celular, uma tomada que mudou de padrão ou outro fator que torne impossível a sua utilização. Entretanto, algumas vezes esta necessidade de substituir o aparelho é imposta pelos fabricantes, através de uma estratégia cada vez mais comum: a chamada obsolescência programada.
A estratégia da obsolescência programa consiste em colocar no mercado produtos que funcionarão durante um período de tempo pré-determinado pelo fabricante (e não informado ao consumidor), ao fim do qual será imposta a substituição de peças, a aquisição de programas de atualização ou até a substituição integral do produto por uma versão mais moderna, sem que a anterior esteja de fato inutilizável.
Esta prática gera inúmeros prejuízos, como o excesso de despesas ao consumidor e de resíduos ao meio ambiente, já que produtos eletrônicos em condições de funcionamento são descartados quando ainda poderiam ser utilizados por muito tempo.
A questão do lixo associado ao descarte de artigos eletrônicos é alarmante. De acordo com o Global E-waste Monitor 2017, relatório elaborado pela Universidade das Nações Unidas (UNU), em parceria com a União Internacional das Telecomunicações (UIT) e a Associação Internacional de Resíduos Sólidos (ISWA), em 2021, o lixo eletrônico global deve atingir mais de 50 milhões de toneladas. Um número assustador, que engloba desde lâmpadas e eletrodomésticos até eletrônicos de última geração (como smartphones e tablets).
Dicas
Para ajudar os consumidores a fazer uma escolha certa tendo em conta as suas necessidades e também o meio ambiente, a PROTESTE, associação de consumidores, ressalta que é possível adotar hábitos de consumo responsáveis e positivos e contornar a obsolescência programada. Veja as dicas:
Substituir peças e acessórios somente quando necessário
Muitos eletrônicos, como as impressoras, notificam o consumidor em determinados intervalos de tempo para que efetue a substituição de peças. Contudo, muitas vezes o aparelho continua a trabalhar perfeitamente e as peças em questão não estão, de fato, obsoletas. Para além de seguir as instruções do fabricante, é importante que o consumidor avalie a real necessidade de substituir uma peça ou acessório e procure alternativas mais em conta (como refis de cartucho de impressora em vez de cartuchos novos, por exemplo);
Atualizar do sistema operacional
Baixar a última atualização do Android ou iOs é importante para corrigir falhas de segurança e garantir a compatibilidade com novos aplicativos lançados nas plataformas. Desta forma, evita-se comprar novos aparelhos por razões de desatualização;
Verificar a real necessidade de um novo aparelho
Anúncios publicitários podem ser tentadores e levam o consumidor a acreditar que será mais feliz ou melhorará a sua aparência social se adquirir um produto mais novo do que o que já tem, ainda que este não esteja obsoleto. Este efeito psicológico se sobrepõe à durabilidade dos produtos e molda o comportamento do consumidor. Antes de qualquer compra, é importante que o consumidor pondere se o novo produto que pretende adquirir realmente oferece funcionalidades inovadoras e se vale a pena substituir o atual aparelho. Muitas vezes a nova câmera, a tela de melhor resolução ou uma funcionalidade nova não alteram a qualidade e o funcionamento global do aparelho e não justificam o valor que o consumidor irá pagar;
Procurar produtos mais duráveis
Algumas marcas disponíveis no mercado são reconhecidas justamente por não imporem a substituição do produto após um determinado período de tempo, e mesmo que uma versão mais do produto seja lançada, a anterior continua a funcionar. Procurar por esses produtos traz vantagens ao bolso do consumidor, além de influenciar as empresas para que parem com a obsolescência programada.
Cuidados de manutenção
Para que o produto dure o máximo tempo possível, é imprescindível cuidar bem: realizar atualizações de sistema e de segurança, higienizar periodicamente, reparar danos, usar e armazenar de forma adequada. Assim, quando o consumidor decidir pela sua substituição, ainda será possível vender ou doar o produto a quem possa aproveitá-lo por mais algum tempo.
Apesar de todas as dicas de reaproveitamento e reutilização dos aparelhos, é preciso adotar antes uma cultura na direção de valorização do produto usado, de forma que ele deixe de ser visto uma versão inferior, se comparado a versão que está presente no mercado. Afinal, aquilo que não tem mais utilidade para você pode ser interessante para outra pessoa. Por isso, é preciso avaliar antes de se desfazer do produto.
DESCARTE ADEQUADO
Quando o descarte dos artigos eletrônicos for inevitável, é preciso se atentar às formas adequadas de fazê-lo. Alguns produtos trazem instruções de descarte fornecidas pelo fabricante e devem ser seguidas pelo consumidor.
É importante verificar se as partes do produto podem ser separadas e recicladas, sem os componentes eletrônicos. A reciclagem traz uma economia substancial de água, energia e de outros recursos e evita que mais lixo seja acumulado nos aterros, devendo ser sempre priorizada pelo consumidor.
Por fim, existem alguns artigos que exigem descarte especial para que não contaminem a água e o solo, tais como pilhas, baterias e lâmpadas. Sendo assim, é preciso se informar e procurar o posto de coleta mais próximo para realizar o descarte correto. Para mais orientações de como agir, basta acessar https://www.proteste.org.br/ ou ligar para 4003-3907.