As pegadinhas da alimentação saudável
Não basta decidir, de um dia para a noite, fazer uma alimentação saudável. É preciso fazer escolhas certas. Não dá para consumir um produto por que a propaganda garante benefícios de outro mundo. Por isso, selecionamos dez pegadinhas para que você não inclua em sua dieta alimentos que parecem ser saudáveis, mas que podem até fazer mal a sua saúde.
Diariamente somos bombardeados com informações e propagandas sobre alimentos benéficos para a saúde ou lançamentos que prometem facilitar o dia a dia na cozinha. E na verdade, muitos dados são contraditórios ou até mesmo modismos sem fundamento. Confira as dicas da PROTESTE e saiba como escapar das pegadinhas.
1. Parece com aquele feito em casa.
A indústria, por meio da publicidade, faz você acreditar que precisa de suas invenções milagrosas: refeições congeladas, pó para empanar frango, sobremesa na caneca, molho pronto para salada, caldo de carne, sopa em saquinhos etc. Não se iluda, eles não são iguais às receitas caseiras.
DICA - Faça você mesmo! Alimentos prontos “parecem” com os caseiros, porém são repletos de aditivos alimentares para deixar o sabor semelhante ao alimento fresco. Além disso, podem ter mais gordura, açúcar e sódio.
2. Alimento enriquecido com 2548 vitaminas e minerais. Ótimo para a saúde!
Cereais matinais, achocolatados, biscoitos recheados, sobremesas lácteas. A lista de produtos voltados para o público infantil é extensa e, em geral, possuem um valor nutricional muito baixo e são repletos de calorias vazias.
DICA- Que tal priorizar frutas, verduras e legumes? Estes alimentos oferecem as vitaminas e minerais que precisamos, sem sal, açúcar ou gordura.
3. Produtos sem glúten e sem lactose são saudáveis.
Tirar glúten e lactose da alimentação sem possuir nenhum tipo de intolerância ou sensibilidade é puro modismo. Não há comprovação científica de que a retirada destes componentes pode ajudar a emagrecer. Porém, a justificativa em caso de perda de peso é óbvia: a retirada ou moderação do consumo de pizza, pães, bolos, massas, chocolate, etc. Esse processo não é um milagre, é chamado balanço energético negativo, ou seja, consumir menos calorias do que se gasta.
DICA – Não se deixe enganar pelas argumentações “sem glúten” e “sem lactose”. Atualmente, até mesmo produtos que naturalmente não contêm glúten e lactose divulgam esta informação.
4. Lojas de produtos naturais são um paraíso!
Não sabemos de onde saiu a ideia de que as lojas de produtos naturais (só este nome já é suspeito, não acham?) vendem “saúde”. Podem até oferecer opções interessantes, mas a maioria é alimento “disfarçado” de saudável. É muito comum encontrarmos nestes locais opções de lanches e petiscos – biscoito salgado, cookie, barra de cereal – cheios de substâncias artificiais. Isso quando nessas lojas não são vendidos suplementos para atletas, uma opção nada "natural".
DICA – Leia a lista de ingredientes e fuja dos alimentos ricos em sódio e substâncias artificiais, como corantes, aromatizantes e adoçantes. E lembre-se: as melhores opções para os lanches são as frutas acompanhadas ou não de granola ou iogurte, por exemplo.
5. Não bebo mais refrigerante, agora só tomo suco de caixinha.
Não se engane. A substituição é quase trocar seis por meia dúzia. Isto por que a maioria dos sucos de caixinha contém praticamente a mesma quantidade de açúcar dos refrigerantes. E ainda possuem bem menos fruta do que deveria.
DICA – Os sucos integrais são ótimas opções, pois não têm açúcar e são feitos 100% de fruta (esta informação é encontrada no rótulo). E, claro, o suco fresco, in natura, é a melhor escolha.
6. A propaganda diz que determinado produto é natural.
O que é natural? E o que é um alimento natural? A resposta vai variar de acordo com quem estiver respondendo: um químico, um vegano, um nutricionista, um dicionário. Mas saiba que pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o uso deste termo nos rótulos dos alimentos é proibido – apesar de ser encontrado com certa facilidade no mercado.
DICA– Se um alimento se intitula natural, leia sempre a lista de ingredientes para saber se possui aditivos alimentares e transgênicos em sua composição. No caso de frutas e hortaliças, se não for orgânico, há risco de ter resíduo de agrotóxico. Ou seja, de natural não tem nada.
7. Peito de chester ou blanquet de peru são supersaudáveis.
Ouvimos sempre de pessoas que fazem dieta: “não como presunto e mortadela, só como peito de peru”. Como todos os embutidos, estes frios lights possuem um alto teor de sódio e muitos aditivos alimentares.
DICA – Recheie seu pão com pastinha caseira, feita com queijos tipo ricota ou cottage, e tempere com ervas, como orégano ou alecrim, e adicione cenoura e cebola raladas. Uma delícia!
8. Biscoito de presunto de Parma! Que chique!
É comum encontrar nas prateleiras dos supermercados produtos completamente artificiais que confundem os consumidores com sabores falsos ou mirabolantes. Biscoito de presunto de Parma sem presunto, torrada sabor pão na chapa, maionese sabor filé grelhado, queijo processado sabor tipo cheddar, batata frita sabor mediterrâneo, sorvete de pistache sem pistache, cerveja de tequila sem tequila.
DICA – Leia a lista de ingredientes e descobra se o alimento daquele sabor exótico, apetitoso, que lhe deu vontade de comprar aquele produto, está lá de verdade.
9. Estou de dieta, vou almoçar uma saladinha!
Não se deixe enganar! Ainda mais em restaurantes especializados em saladas. É mais comum do que se imagina saladas preparadas com maionese, alimentos fritos e supercalóricos. Além disso, é preciso ficar atento à porção; não é por que está comendo salada que a quantidade não importa. A ceasar salad, por exemplo, que contenha folhas de alface boiando no molho e bacon frito, não é de todo ruim, mas, para quem está de dieta, pode ser um perigo. Outro ponto importante são os molhos prontos. A maioria é cheio de aditivos alimentares e tem bastante gordura e sódio.
DICA – Atenção aos molhos e aos ingredientes. É sempre melhor fazer a salada em casa, com hortaliças e frutas escolhidas por você, assim como um molhinhopreparado na hora, a base de iogurte e queijo cottage, por exemplo.
10. Só compro alimentos diet e light, porque quero emagrecer.
Um dos maiores erros de quem está tentando emagrecer: ingerir demais alimentos industrializados diet e light. Pode até ajudar a perder peso, mas dificilmente consegue mantê-lo (não dá para passar uma vida toda comendo esses produtos). Isso quando não engorda ainda mais. Por quê? Você pode não estar proporcionado ao seu corpo o que ele realmente está pedindo, desta forma pode gerar ansiedade. Além disso, para compensar a falta de açúcar ou gordura nestes produtos, é comum consumi-los em maior quantidade para conseguir o mesmo poder de saciedade de um alimento tradicional. E muitas vezes um alimento diet (sem açúcar) tem mais gordura que o tradicional, como é o caso de alguns chocolates.
DICA – Alimentos lights contêm o teor de calorias, gordura, sódio ou açúcar reduzidos. Os diet não apresentam nutrientes, açúcar ou sal, por exemplo. Estes são direcionados para pessoas com necessidades nutricionais específicas, como os diabéticos. Se você não tem nenhuma restrição alimentar, o ideal é comer o alimento tradicional em menor quantidade.
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