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Airbag e Freios ABS: Obrigatoriedade dos dispositivos de segurança
20 abr 2014A PROTESTE Associação de Consumidores se mobilizou enviando ofícios à autoridades para que fosse sancionado logo o projeto aprovado em 18 de fevereiro pela Câmara dos Deputados. A Associação lamenta o prazo longo de cinco anos para que todos os veículos zero-quilômetro vendidos no País, nacionais e importados já saiam da fábrica com o air bag para o motorista e o passageiro dianteiro. Hoje só 4,7% da frota nacional tem o equipamento.
Há mais de quatro anos a PROTESTE se mobiliza para que todos os veículos saiam de fábrica com um “kit básico de segurança veicular”, composto por airbags, cintos de segurança retráteis e com pré-tensionadores, encostos de cabeça ajustáveis para todos os ocupantes do veículo, entre outros itens que aumentem a segurança do motorista e demais ocupantes dos veículos.
O preço do equipamento vai variar conforme o modelo do veículo, mas a instalação de um airbag hoje, sem produção em grande escala, custa em média R$ 2 mil. Esse valor deve cair por causa do aumento da produção em função da obrigatoriedade. A segurança compensa o custo adicional, na avaliação da PROTESTE, pois o equipamento ajuda a preservar muitas vidas no trânsito.
Pela nova lei o equipamento será exigido num prazo de um ano para carros de modelos que forem lançados pelas fábricas e de cinco anos para carros zero-quilômetro de modelos já existentes.
Caberá ao Conselho Nacional de Trânsito (Contran) regulamentar as especificações técnicas e o cronograma de implantação, mas cinco anos após a resolução do Contran todos os automóveis novos deverão ter o airbag como item de série.
Teste de colisão
Em 2007 a PROTESTE divulgou o resultado de um crash test (teste de colisão) com o modelo do Fox mais vendido no Brasil, e na comparação com o modelo europeu os resultados mostraram que, enquanto os passageiros do carro vendido na Europa não sofreriam grandes danos, o motorista brasileiro sofreria lesões tão graves que poderia morrer devido à falta de proteção aos adultos do banco da frente. Os modelos fabricados em São José dos Pinhais (PR) para o mercado interno não incorporam, como de série, os itens de segurança que adotam na Europa.
O motorista do Fox brasileiro testado sofreria ferimentos graves na cabeça, na nuca e no tórax depois do choque, o que muito provavelmente o levaria à morte. Já o do carro vendido na Europa teria danos mínimos na cabeça. A diferença se explica pela presença do airbag, que evita que o motorista bata a cabeça no volante, e de um cinto de segurança mais moderno na versão européia. No modelo europeu, o passageiro que viaja ao lado do motorista sofreria impacto apenas nas coxas. Já o brasileiro, ao menos, não teria risco de morte, mas machucaria seu joelho direito e sua cabeça.
O objetivo da PROTESTE, com esse crash test foi pressionar todas as montadoras para que vendam, no Brasil, carros com igual configuração mínima de segurança que na Europa. Até porque a falta de segurança apresentada pelo Fox pode ser verificada na grande maioria dos automóveis mais vendidos do país.
Especialistas estimam que de 15% a 25% dos veículos vendidos no Brasil tenham o air bag. Entre os carros populares, o índice cai para menos de 5%. A pequena escala de produção torna elevado o preço do equipamento. Como opcional, o airbag sai por R$ 2.070 em uma marca de carro popular. Outra marca diz oferecê-lo num pacote com freio ABS por R$ 2.800.
O airbag duplo e o freio ABS são obrigatórios desde 1998 para os carros produzidos e vendidos na comunidade europeia.. Nos EUA, essa exigência vigora desde 1995. Segundo o NHTSA (instituto de segurança de trânsito dos EUA), entre 1987 e 2007, o airbag frontal salvou 15.967 vidas em acidentes graves naquele país.
Agora, os governos dos países europeus, dos EUA e do Japão planejam tornar obrigatório o ESP (controle de estabilidade) -que evita que o carro derrape numa curva.