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Água
Carta Aberta da Aliança pela Água se manifesta contra alta da tarifa e o fim do programa de bônus
26 abr 2016Cerca de 70 entidades da sociedade civil, entre as quais a PROTESTE Associação de Consumidores, integrantes da Aliança pela Água, estão lançando uma Carta Aberta pedindo a manutenção do programa de bônus para quem economiza água em São Paulo. Elas defendem um debate com a sociedade sobre enfrentamento e legado da crise hídrica. O sistema de bônus foi responsável por 30% da economia de água desde o início da crise. E gerou economia de 200 bilhões de litros de água em São Paulo, mas acaba em 1º de maio.
Agora em maio haverá aumento de 8,45% na tarifa de água em São Paulo. Os reajustes, desde novembro de 2013 até o momento, totalizam um acumulado de 37,25%, valor bem acima do IPCA no mesmo período (que foi de 22,62%). Descontada a inflação, a Agência Reguladora de Saneamento e Energia do Estado de São Paulo (Arsesp) autorizou um aumento real de 14,63% para a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) no período, também sem qualquer consulta pública.
No final de março, a Arsesp sem qualquer consulta pública ou mesmo divulgação de justificativa técnica para seu encerramento, aprovou o pedido da Sabesp para acabar com o programa de bônus, que gerava desconto para quem economizava água, e com a tarifa de contingência, que gerava multa para quem aumentava consumo.
Diante disso, a Aliança defende:
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A revogação imediata da deliberação Arsesp nº 643/2016, que autoriza novo reajuste anual tarifário.
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A revogação imediata das deliberações Arsesp nº 640 e 641 e manutenção do programa de bônus e tarifa de contingência enquanto vigorarem as regras de restrição de retirada de água do Sistema Cantareira impostas pela Ana e DAEE.
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A revisão das regras para obtenção do desconto definidas pela deliberação Arsesp nº 614 /2015, de forma a evitar desestímulo à economia de água.
- A promoção pela Arsesp, em conjunto com as instâncias de recursos hídricos, municípios e sociedade civil, de debate sobre inclusão descontos e multas no âmbito do processo de revisão tarifária, que, segundo dados divulgados na imprensa, deve ser enviada pela Sabesp para a Arsesp ainda em 2016.
O programa de desconto teve início em fevereiro de 2014 para a região abastecida pelo Sistema Cantareira. Com o agravamento da situação dos mananciais, no início de 2015, a medida foi ampliada para todos os consumidores da Grande São Paulo e teve como resultado, segundo Relatório de Sustentabilidade 2015 da Sabesp, a economia de 200 bilhões de litros ou o equivalente a 5,6 m3/s.
Nesse mesmo período, foi implantada a tarifa de contingência, medida prevista na Lei Nacional de Saneamento para situações de emergência, que criou a sobretaxa sobre aumento do consumo em relação à média do ano anterior. Desde sua criação, ainda segundo o relatório da Sabesp, a sobretaxa atingiu em média 19% das economias, das quais 8% foram isentas do pagamento por estarem dentro da faixa de consumo mínimo – até 10m3/s mensais.
No Relatório de Demonstrações Financeiras 2015, divulgado pela Sabesp no final de março, é possível verificar que o programa de bônus teve impacto negativo no lucro líquido da empresa, que foi de R$ 536,6 milhões; inferior a 2014, quando a empresa teve lucro de R$ 930 milhões. Segundo o relatório, o programa de bônus "custou" R$ 912,1 milhões e a tarifa de contingência gerou R$ 499,7 milhões. A explicação para o pedido de encerramento de medidas tão importantes, ao que tudo indica, tem razões meramente financeiras e é absolutamente desproporcional ao processo de educação do consumidor para decisões de consumo mais conscientes e responsáveis.
Para as entidades, é alarmante o silêncio e omissão das instâncias de gestão de recursos hídricos e saneamento, que deveriam promover processo de consulta com a sociedade e uma avaliação mais criteriosa sobre os impactos do potencial aumento do consumo de água quando as represas ainda não atingiram níveis satisfatórios para essa época do ano.
A construção de segurança hídrica, portanto, passa necessariamente pelo enfrentamento de suas causas, que não será bem sucedido se não for o resultado da concentração de esforços de diferentes instâncias de governo e da sociedade.
Assinam a carta as seguintes organizações e movimentos, além da PROTESTE, que discorda apenas da manutenção da tarifa de contingência:
Nesse mesmo período, foi implantada a tarifa de contingência, medida prevista na Lei Nacional de Saneamento para situações de emergência, que criou a sobretaxa sobre aumento do consumo em relação à média do ano anterior. Desde sua criação, ainda segundo o relatório da Sabesp, a sobretaxa atingiu em média 19% das economias, das quais 8% foram isentas do pagamento por estarem dentro da faixa de consumo mínimo – até 10m3/s mensais.
No Relatório de Demonstrações Financeiras 2015, divulgado pela Sabesp no final de março, é possível verificar que o programa de bônus teve impacto negativo no lucro líquido da empresa, que foi de R$ 536,6 milhões; inferior a 2014, quando a empresa teve lucro de R$ 930 milhões. Segundo o relatório, o programa de bônus "custou" R$ 912,1 milhões e a tarifa de contingência gerou R$ 499,7 milhões. A explicação para o pedido de encerramento de medidas tão importantes, ao que tudo indica, tem razões meramente financeiras e é absolutamente desproporcional ao processo de educação do consumidor para decisões de consumo mais conscientes e responsáveis.
Para as entidades, é alarmante o silêncio e omissão das instâncias de gestão de recursos hídricos e saneamento, que deveriam promover processo de consulta com a sociedade e uma avaliação mais criteriosa sobre os impactos do potencial aumento do consumo de água quando as represas ainda não atingiram níveis satisfatórios para essa época do ano.
A construção de segurança hídrica, portanto, passa necessariamente pelo enfrentamento de suas causas, que não será bem sucedido se não for o resultado da concentração de esforços de diferentes instâncias de governo e da sociedade.
Assinam a carta as seguintes organizações e movimentos, além da PROTESTE, que discorda apenas da manutenção da tarifa de contingência:
- 350.org
- Advogados Ativistas
- Artigo 19
- Associação Águas Claras do Rio Pinheiros
- Associação Bem Te Vi Diversidade
- Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental – Abes
- Banque
- Cenpec
- Cidade Democrática
- Cisterna Já
- Código Urbano
- Coletivo Curupira
- Coletivo PermaSampa
- Coletivo de Luta pela Água
- Conectas Direitos Humanos
- Conselho Regional de Psicologia SP – CRP/SP
- Engajamundo
- Espaço – Formação, Assessoria e Documentação
- Existe Água em São Paulo
- Federação Nacional dos Urbanitários
- Frente Nacional pelo Saneamento Ambiental
- Fluxo
- Fundação Avina
- Fundação Tide Setubal
- Gife – Grupo de Institutos, Fundações e Empresas
- Greenpeace Brasil
- GT Meio Ambiente
- Rede Nossa São Paulo
- Here and Now
- Iclei – Governos Locais para Sustentabilidade
- Instituto de Defesa ao Consumidor (Idec)
- Instituto Democracia e Sustentabilidade (IDS)
- Iniciativa Verde
- Instituto 5 Elementos
- Instituto Akatu
- Instituto Alana
- Instituto Atá
- Instituto Auá
- Instituto Escolhas
- Instituto Ethos
- Instituto Jatobás
- Instituto Kairo
- Ipê – Instituto de Pesquisas Ecológicas
- ISA – Instituto Socioambiental
- Itu vai Parar
- Juntos!
- Matilha Cultural
- Mídia Ninja
- Minha Sampa
- Muda SP
- Nascentes SP/Praça da Nascente
- NUCA – Núcleo de Conteúdos Ambientais
- Núcleo Digital
- Ocupe e Abrace
- Portal ZN na Linha
- Rede De Olho nos Mananciais
- Rede Novos Parques SP
- Rios e Ruas
- RPPN Fazenda Serrinha
- Sala Crisantempo
- SEAE - Sociedade Ecológica Amigos de Embu
- SOS Mata Atlântica
- TNC – The Nature Conservancy
- Virada Sustentável
- Volume Vivo
- WRI Brasil
- WWF Brasil